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14 janeiro 2009

Museu Judaico: fortaleza das sensações

Já no seu exterior, o MUSEU JUDAICO em BERLIM se diferencia das demais construções. Na sua fachada metálica, apenas rasgos estreitos, sem ordenação, nos remetem a lembrança de uma fortaleza.

Uma implantação irregular que deixa o visitante curioso.

A princípio não se vê a entrada da construção.

Ôpa! Não é por aí.

Percebe-se que a entrada é pelo edifício ao lado - o Museu Nacional de Berlim. Existe algo simbólico, quando atravessamos o túnel de concreto que desemboca no subsolo, um clima denso.

A construção é formada por três eixos: o Eixo do exílio, o Eixo do holocausto e o Eixo da continuidade. Ao percorrer os corredores, sente-se uma ligeira dificuldade no caminhar. O piso é levemente inclinado, o que traz uma sensação desconfortável. As paredes formam ângulos diferentes entre si, causando desorientação. As aberturas estreitas produzem flashes da luz do dia, criando um clima de maior suspense.

Janelas tímidas, mas expressivas.


O Eixo do exílio é formado por um corredor, pequeno e com a uma porta metálica pesada. Ao entrar, o visitante depara-se com um jardim de concreto.

Vista externa do jardim do exílio.


Prismas com bases quadradas, compridas e inclinadas, formam um quadriculado de pequenas torres. No topo de cada um, vegetação. Um espaço curioso, aberto, onde se escuta o som das ruas, das pessoas que passam por perto. O percorrer entre essas pequenas torres de concreto também conduz a uma outra sensação: paz, alívio.

Ao fundo do Eixo do holocausto, surge outra grande porta metálica. Para abri-la, é necessário fazer força, pois é pesada.Entra-se na torre do holocausto. Um local espantoso - uma sala fechada toda de concreto, com paredes enormes e um teto elevado a mais de 20 metros. Lá em cima apenas um feixe de luz, única abertura do ambiente.


O fosso do holocausto

O Eixo da continuidade é o maior deles. Uma escadaria enorme apresenta o ambiente. Quando se começa a subir, percebem-se vigas de concreto, inclinadas, que rasgam o corredor transversalmente, como se furassem de um lado ao outro a pele do museu.

Corredor com grandes vigas atravessadas.

A escadaria possui três patamares, cada um com uma sala, sendo a primeira a mais impressionante: um espaço fechado, com o pé direito alto, uma clarabóia que o ilumina levemente. No piso, um mar de peças redondas de ferro e em cada uma delas, um rosto esculpido.


Um arrepio toma conta do visitante. Percebe-se então que foram feitas uma por uma, pois não são idênticas. Este mar de rostos de ferro enferrujados lembra um pesadelo, fornecendo a última das sensações do museu: dor.

Cada edificação de Berlim é deslumbrante, mas nenhuma traz tanta emoção quanto a visita ao Museu Judaico. Sua arquitetura fala. Simboliza muita coisa. É um tapa na cara dos nazistas.

O primeiro texto que existe no museu é sobre o arquiteto: DANIEL LIBESKIND,
que é judeu e filho de judeus, mortos durante o holocausto. Ele venceu um concurso entre 165 arquitetos. Fico pensando... se eu, uma não judia, sentiria emoções indescritíveis a cada passo dado naquele local, imagina um deles!

Daniel Libeskind pode não ter trazido seus parentes de volta, mas com certeza lavou a alma de milhares de judeus no mundo.

-- ! --

Que tal uma visitinha?! x)


Um comentário:

Fabio Memoria disse...

Acho ABSURDO você ter copiado o MEU artigo inteiro - veja o original http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4.asp?pagina=Artigos&cod_item=869 - do site da arquiteta Ignez Ferraz - www.ignezferraz.com.br - sem nem sequer me dar autoria!

Fabio Memoria

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